quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

A PRÁTICA DA PURA PERCEPÇÃO/ - GilberoGil


Uma das práticas regulares do budismo tibetano é chamada de "dak-nag", a prática da pura percepção ou da perspectiva sagrada. Nessa prática, concentramos a nossa energia, procurando ver este mundo como um perfeito Campo de Budha – um esfera semelhante ao paraíso - em que todos os seres são Budhas. Trata-se de uma prática maravilhosa que devemos ter em mente sempre que nos dermos conta de que estamos apreciando ou detestando intensamente uma experiência, um evento, um sentimento ou uma pessoa.

Podemos examinar isso de uma forma mais abrangente no contexto mais amplo do que os budistas tibetanos chamam de os ensinamentos da Grande Perfeição ou Dzogchen. Essa é a revelação suprema através da qual reconhecemos que tudo que se manifesta interna e externamente é o processo grandioso do que chamamos de "Dharmakaya", ou dimensão absoluta - a radiância da verdade absoluta ou realidade desnuda, despojada de ilusões e imputações conceituais.

O que queremos dizer com "Dharmakaya" é que a natureza de Budha, ou luminosidade primordial, se manifesta e se expressa através de cada elemento do nosso mundo e da nossa existência.

Em resumo, tudo é "Dharmakaya" - tudo, inclusive nossas emoções, sejam elas saudáveis ou não saudáveis, positivas ou negativas, construtivas ou destrutivas. As coisas de que gostamos ou não gostamos, inclusive as sensações físicas como a dor ou o prazer, são parte do abençoado e radiante "Dharmakaya" ou natureza de Budha em ação.

E isso significa que todos os seres são Budhas nesse Campo de Budha. A terra é o altar, e somos as divindades que se sentam, se erguem e caminham sobre o altar. Tudo é sagrado; todos são santos; tudo é perfeitamente radiante e imaculado na luz semelhante à visão do Buda da Grande Perfeição natural. Essa é a perspectiva do "dak-nag", a prática da pura percepção. [...]

A prática da pura percepção Perspectiva sagrada uma meditação

Vamos colocar em prática nosso ideal de ver, reconhecer e apreciar a luz em todas as pessoas e em todas as coisas, de maneira que tudo que vivenciarmos se torne uma parte integrante da nossa percepção espiritual - uma parte fundamental do nosso coração desperto e iluminado.